Estudos recentes mostram que o café pode ajudar no combate a doenças cardiovasculares, como o AVC e o infarto
Puro, com leite, expresso ou coado. Em diferentes versões, o café costuma estar presente na vida dos brasileiros. Mas, afinal, o cafezinho é um aliado ou um vilão quando o assunto é cuidar da saúde?
Estudos recentes mostram que a bebida é capaz de trazer benefícios, principalmente no que diz respeito à saúde do coração.
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP, realizada no ano passado, analisou o hábito de beber café de 550 pessoas que vivem em São Paulo – homens e mulheres com mais de 20 anos. O estudo dividiu as pessoas em três grupos de acordo com o consumo.
No primeiro, quem bebia menos de uma xícara de café por dia; no segundo os que tomavam de uma a três; e no terceiro, os que ingeriam três ou mais xícaras diariamente.
O grupo que consumiu uma quantidade considerada moderada de café – de uma a três xícaras por dia – reduziu em mais de 50% a chance de ter pressão alta quando comparado aos indivíduos que consumiram menos de uma xícara.
Outro benefício foi a redução da homocisteína no sangue, um aminoácido ligado ao surgimento de problemas cardiovasculares, como o AVC e o infarto. Houve uma redução em 68% de chance de ter níveis aumentados de homocisteína.
O resultado do estudo da USP mostra que uma xícara de café por dia é o suficiente para trazer benefícios para o coração. Esse efeito protetor vem dos compostos fenólicos, um grupo de antioxidantes que combatem o envelhecimento celular e que é encontrado em quantidade razoável na bebida.
A pesquisadora responsável pelo estudo, Andreia Miranda, explica que os polifenóis também podem ser encontrados em vegetais, legumes, frutas, cereais e algumas bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja, e também em bebidas não-alcoólicas, além do café, alguns chás e sucos de fruta.
“Diversos estudos têm demonstrado a sua forte contribuição na redução do risco de várias doenças crônicas, principalmente doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, osteoporose, doenças neurodegenerativas e diabetes mellitus”, afirma.
Sobre o excesso de café, Andreia conta que a pesquisa não constatou os mesmos efeitos positivos em quem toma mais de três xícaras (ou 150 ml) de café por dia. “No entanto, os nossos resultados não nos permitem afirmar que se trata de uma dose prejudicial para a saúde”, explica.
De acordo com um outro estudo coordenado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), quem bebe ao menos uma xícara de café por dia vive mais do que quem não consome o produto, independentemente do método de preparação ou da escolha entre normal ou descafeinado. Segundo os estudos, beber 350 ml de café por dia diminui os riscos de se morrer mais cedo em 12%, enquanto três xícaras da bebida a cada 24 horas podem reduzir o risco em 18%.
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde retirou o café da lista de bebidas que podem causar câncer depois de desenvolver estudos que concluíram que não existem evidências conclusivas que relacionem o café à doença. Na mesma publicação, a OMS alerta que, se consumido em temperatura muito alta, acima de 65ºC, o café pode causar câncer de esôfago, assim como outras bebidas quentes.
Fonte: R7.com